quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Marcha das Vadias

A primeira Marcha das Vadias no Brasil ocorreu em São Paulo, em 4 de junho de 2011, organizada pela publicitária curitibana Madô Lopez, e a escritora paraguaia Solange De-Ré. Após o anúncio do evento com a criação de uma página no Facebook, mais de 6 mil pessoas confirmaram presença. No entanto, diferentemente das versões em outros países, somente cerca de 300 pessoas compareceram, de acordo com a contagem da Polícia Militar.8 Neste mesmo ano, iniciou-se a manifestação em Recife, Belo Horizonte, Brasília e Itabuna e em 2012, no dia 29 de junho, ocorreu a 1ª Marcha das Vadias na cidade de Teresina. No dia 28 de julho de 2012, aconteceu a primeira marcha em São José do Rio Preto, SP.7 . A última marcha foi em Brasília no dia 21 de junho 2013, e reuniu mais de 3 mil pessoas. De acordo com a antropóloga Julia Zamboni, o movimento é feito por feministas que buscam a igualdade de gênero. "Ser chamada de vadia é uma condição machista.9 Os homens dizem que a gente é vadia quando dizemos sim para eles e também quando dizemos não", afirmou. "A gente é vadia porque a gente é livre", destacou.9 No Brasil, a marcha também chama atenção para o número de estupros ocorridos no país. Por ano, cerca de 15 mil mulheres são estupradas.


Marcha das Vadias no Rio de Janeiro
A Marcha das Vadias, evento de luta pelos direitos da mulher, reuniu hoje (9) na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar (PM). Muitos manifestantes seguravam cartazes com palavras de ordem contra a violência sexual e de gênero e em defesa de direitos como ao parto humanizado, ao aborto e aos direitos sexuais.
O casal Ana Brumana e Thiago Queiroz foi à marcha pela primeira vez, levando o filho de 1 ano e 7 meses. "Viemos muito motivados pela temática meu corpo, minhas regras. A gente lutou muito pelo parto dele, que foi em casa, foi lindo. Essa é uma luta para a gente", contou Ana.
Cantando e tocando tambores improvisados com latas de tinta, os manifestantes caminharam cerca de 3 quilômetros pela orla.
Muitos homens que participaram da marcha usavam batom, saias e vestidos. O produtor cultural Felipe Gonçalves foi ao protesto pelo segundo ano consecutivo. "O movimento feminista tem crescido muito no Brasil, mas ainda está atrás de alguns movimentos como o movimento negro", opinou ele. "Muitas mulheres, como minha mãe, ainda não se veem no direito de manifestar, não se sentem pertencentes a movimentos como este, que é genial", comentou.


Movimento Feminista no Vaticano

Feministas protestam em topless no Vaticano contra a homofobia











Quatro ucranianas do grupo feminista Femen protestaram neste domingo em topless na Praça de São Pedro contra a oposição do Vaticano ao casamento gay. As manifestantes foram retiradas do local pela polícia, no momento em que o Papa Bento XVI fazia a tradicional oração de domingo perante dezenas de milhares de católicos que se aglomeravam na praça. As mulheres ficaram despidas na praça e tinham escrito no peito e nas costas a frase “In gay we trust” ("Confiamos nos gays") e "Shut up" ("Calem-se"), enquanto gritavam “Calem-se homofóbicos”. O protesto não foi bem recebido pela multidão e houve mesmo uma mulher que tentou bater nas manifestantes com um chapéu-de-chuva, enquanto lhes chamava “diabólicas”. O protesto coincidiu com a marcha organizada na tarde deste domingo em Paris, França, contra o projecto do Presidente francês para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e permitir-lhes a adopção de crianças. Esta manifestação em Paris teve o apoio explícito da Igreja Católica e dos partidos mais à direita, mas o Governo francês insiste em alterar a lei em vigor e permitir o “casamento para todos”. Neste domingo, a Igreja Católica sublinhou a sua oposição à adopção de crianças por homossexuais. No jornal do Vaticano L’Osservatore Romano foi publicado um editorial que critica um tribunal italiano por rejeitar o pedido de um pai que disse temer que o seu filho não fosse ter uma educação adequada se fosse morar com a mãe e a companheira. O tribunal considerou que era “um mero preconceito” pensar que viver com um casal homossexual poderia ser prejudicial para o desenvolvimento de uma criança. "O ser humano é o masculino e o feminino... a família monogâmica é o local ideal para aprender o significado das relações humanas e é o ambiente onde a melhor forma de crescimento é possível", lê-se no editorial assinado por Adriano Pessina, director de Bioética da Universidade Católica do Sagrado Coração.

O inícios dos movimentos feministas no Brasil

Quase 150 anos separam o dia de hoje do dia em que 129 operárias morreram em uma greve nos Estados Unidos. Em 8 de março de 1857, patrões e policiais colocaram fogo na fábrica têxtil onde as mulheres estavam trancadas, após protestarem contra a jornada de trabalho de 16 horas e por melhores salários. Muita coisa mudou desde então, mas ainda há muito por fazer. Se no século 20 a mulher conquistou direitos importantes, como o direito a voto, ainda continua vítima preferencial da violência, discriminada e pouco representada.
As primeiras articulações de um movimento feminista começaram logo após a Revolução Francesa. Os principais objetivos eram o direito ao voto e à educação. No Brasil, até 1879, as mulheres eram proibidas de freqüentar cursos de nível superior e, durante boa parte do século 19, só poderiam ter educação fundamental. Mesmo com a legislação que permitia a instrução feminina, as mulheres tinham o acesso dificultado.

Direito ao voto - O direito ao voto mobilizou as mulheres durante boa parte da primeira metade do século 20. No Brasil, essa conquista aconteceu em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas. A Nova Zelândia foi o primeiro país a permitir que o voto feminino, em 1893. Na França, apesar de "igualdade" estar entre os lemas da Revolução Francesa, a mulher só conseguiu votar a partir de 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Porém as mulheres continuam subrepresentadas nos cargos públicos. As mulheres conquistaram prefeituras e governos estaduais importantes, como Luiza Erundina e Marta Suplicy na cidade de São Paulo, Ângela Amin em Florianópolis e Roseana Sarney no governo do Maranhão. Mas não ocupam nenhum ministério do governo e não chegam a 10% do total de deputados federais e senadores.

Guerra e indústria - A guerra também empurrou mais mulheres para o mercado de trabalho. Desde a Revolução Industrial, mulheres vinham ocupando postos em fábricas, além de exercer as profissões tipicamente femininas, como enfermagem e serviços domésticos. Como persiste até hoje, as diferenças brutais eram brutais nos salários de mulheres e homens.

Liberação sexual - Nos anos 50, o feminismo ganhou um novo aspecto: a contrução da identidade feminina e a liberação sexual. Em 1949, a escritora Simone de Beauvoir publicou O Segundo Sexo, que demolia o mito da "natureza feminina" e negava a existência de um "destino biológico feminino". Para a companheira de Jean-Paul Sartre, "a feminilidade não é uma essência nem uma natureza: é uma situação criada pelas civilazações a partir de certos dados fisiológicos".
O livro causou impacto imediato e provocou críticas não só dos conservadores - devido principalmente aos capítulos dedicados à sexualidade feminina -, mas também da esquerda. Simone de Beauvoir foi acusada de desviar o foco da questão principal, a luta de classes.

Pílula - A liberação da mulher ganhou novo impulso nos anos 60, com a criação da pílula anticoncepcional. A revolução sexual acompanhava outros acontecimentos da época, como a guerra do Vietnã e a ascensão do movimento estudantil. A pílula tirou um dos pretexto para a repressão sexual das mulheres, a gravidez indesejada, e se tornou o principal método contraceptivo. Depois de 40 anos de seu lançamento, é usada por cem milhões de mulheres em todo o mundo.

Minissaia - Outro sinal dos tempos viria em 1964, quando a inglesa Mary Quant escandalizou com uma saia dois palmos acima do joelho. O pedaço de pano de trinta centímetros rapidamente conquistou mulheres de todo o mundo e deu o impulso a novas musas, como a modelo Twiggy, que apesar de polêmicas eram mais simpáticas que as feministas clássicas, como Betty Friedman e Simone de Beauvoir. Em 1971, preenchendo a longa lista de tabus quebrados, a brasileira Leila Diniz apareceu de biquíni em uma praia carioca, exibindo uma grande barriga de gravidez.

A revolução nos costumes passaria a ocupar todos os fronts. As publicações e programas de televisão dirigidos ao público feminino se multiplicaram durante os anos 80 e a educação sexual começou a entrar nos currículos escolares. A própria estrutura familiar mudou. As mulheres, sem dependerem financeiramente do marido, passaram a adiar o casamento. As taxas de fecundidade caíram, ligadas à presença cada vez maior no mercado de trabalho.

Mais recentemente, uma nova arma foi incorporada ao arsenal da luta pelos direitos da mulher: a ação afirmativa. A determinação de cotas mínimas de mulheres em universidades e nos partidos, por exemplo, dividem opinião mesmo entre as feministas. Algumas vêem sinais de paternalismo nessa atitude, contra as que acreditam que é um meio legítimo de corrigir injustiças históricas.
As mudanças do último século foram absorvidas de tal forma que muitas pessoas acreditam que a mulher já conquistou a ambicionada "igualdade". Porém, novas formas de preconceito e violências antigas continuam existindo. Com grande parte da guerra vencida, a mulher entra no século 21 preparada para mais uma batalha.

O que o movimento feminista defende?



Aí está uma pergunta em que cabem as mais variadas respostas. Mas a pergunta é importante e muito bem-vinda, especialmente para quem deseja entender melhor do que se trata, afinal, o feminismo. Se você está entre essas pessoas, espero que continue a leitura!
Eu poderia fazer um texto expondo as pautas feministas de um modo geral, mas isso não me cabe; há várias correntes dentro do feminismo, com pensamentos e posicionamentos distintos. Não há “o” feminismo, mas vários feminismos.
Claro, não posso falar por todas as feministas. Somos um movimento diverso e em constante construção. Mas posso, ao menos, falar sobre o feminismo que tento construir diariamente, baseada em tudo que já ouvi, aprendi e continuo aprendendo com tantas feministas que admiro. Mulheres são pessoas. Portanto, merecem direitos iguais;
- Mulheres devem ganhar salários iguais aos dos homens no desempenho da mesma função;
- Mulheres não devem ser discriminadas no mercado de trabalho e suas oportunidades não devem ser limitadas aos papéis de gênero que a sociedade impõe sobre elas;
- Não é obrigação da mulher cuidar da casa, dos filhos e do marido. Os afazeres domésticos e cuidado com as crianças devem ser de igual responsabilidade para homens e mulheres;
- Nenhuma mulher é uma propriedade. Nenhum homem tem o direito de agredir fisicamente ou verbalmente uma mulher, ou ainda determinar o que ela pode ou não fazer;
- O corpo da mulher é de direito somente da mulher. A ela cabe viver a sua sexualidade como bem entender, decidir como vai dispor de seu corpo e da sua imagem, com quem ou como vai se relacionar;
- Qualquer ato sexual sem consentimento é estupro. Nenhum homem tem o direito de dispor sexualmente de uma mulher contra a vontade dela;
- Nunca é culpa da vítima;
- Assédio de rua é uma violência. A mulher tem o direito ao espaço público (e também ao transporte público) sem ser constrangida, humilhada, ameaçada e intimidada por assediadores;- A representação da mulher na mídia não pode nos reduzir a estereótipos que nos desumanizam e ajudam a nos oprimir;
- Mulheres não são produtos. Não podem ser tratadas como mercadoria, isca para atrair homens, moeda de troca ou prêmio;
- A representação das mulheres deve contemplar toda a sua diversidade: somos negras, brancas, indígenas, transexuais, magras, gordas, heterossexuais, lésbicas, bi, com ou sem deficiências. Nenhuma de nós deve ser invisível na mídia, nas histórias e na cultura;
- A voz das mulheres precisa ser valorizada. A opinião das mulheres, suas vivências, ideias e histórias não podem ser descartadas ou consideradas menores pelo fato de serem mulheres;

Rebatendo Críticas ao Feminismo


Feminismo e Femismo